sexta-feira, 12 de junho de 2009

Déjà Vu (cap 7)

...Após ler a carta de Roger, Alice coloca o revolver e o frasco em sua mochila e sai rapidamente de seu quarto, desceu as escadas rumo ao salão onde acontecia a sua festa de aniversário, mas o cenário que ela encontrou estava muito diferente de quando ela o deixou. As luzes estavam acesas, o som havia sido desligado e o número de pessoas que se encontravam ali estava reduzido a menos da metade.
- Ei Alice, vamos lá ver?! - perguntou o mesmo rapaz que ajudara Alice a carregar o baú até o seu quarto.
Alice apenas olhou para o lado, sem falar nada, viu a face do rapaz, um misto de excitação e medo. Provavelmente era o mesmo que o rapaz estava achando de Alice, pois ele também estava a encarando.
- Assassinaram um homem no quarteirão de trás, o pessoal todo foi pra lá - retomou o rapaz.
- O que?! - respondeu Alice perplexa.
- Anda, vamos logo, antes que removam o corpo do carro
- Como sabe que o corpo está em um carro?
- Não está ouvindo essa buzina?!
Foi quando Alice percebeu que aquele som constante não vinha das caixas de som espalhadas pelo salão.
- Vamos, rápido!
E saiu puxando Alice pela mão.
Enquanto caminhavam pela rua, a cabeça de Alice estava um turbilhão de pensamentos. "quem é Roger?!", "quem são as pessoas descritas na carta?!", "...antes que removam o corpo do carro...".
Pensamentos que foram interrompidos assim que eles dobraram a esquina e viram a multidão que se aglomerava em volta do carro, nesse momento o garoto soltou a mão de Alice e foi correndo em direção a multidão.
Alice permaneceu ali, paralisada, chocada com a cena, o suor frio escorria pela sua testa, seus batimentos estavam acelerados.
Enquanto os médicos removiam o corpo do carro em direção a ambulância, Alice olhava fixamente para a maca que levava o corpo, foi quando o manto que cobria o corpo deslizou para o chão e Alice pode ver claramente o buraco de bala no lado direito da cabeça do cadáver, foi como se o tempo tivesse em câmera lenta naquele instante. O sangue ainda escorria e manchava o rosto do cadáver, os flashes, os policiais fazendo um cordão de isolamento em volta dos médicos, a maca entrando na ambulância e a porta se fechando lentamente.
Alice despertou de seu 'pesadelo' com o som ensurdecedor da sirene da ambulância.
E a lembrança da carta veio como um raio em sua mente. "entre no cortiço da esquina, no quarto 04 e troque o frasco que está na mesa de cabeceira...".
Alice olhou para o seu lado esquerdo e percebeu que estava exatamente na frente do tal cortiço, entrou rapidamente e subiu até o quarto 04, a porta estava levemente aberta, Alice entrou e logo viu o corpo sem vida da mulher na cama, ao lado da cama um frasco vazio idêntico ao que levava na mochila sobre a mesa de cabeceira.
Alice começou a vasculhar o quarto na tentativa de descobrir a identidade daquela mulher, então Alice viu um pedaço de papel rasgado,debaixo da cama, tratava-se de uma foto da mesma mulher que estava na cama, estava rasgada ao meio, restava apenas o sorriso tímido e a mão de um desconhecido em seu ombro, no verso "Eva e ..." escrito a lápis.
Alice foi até o banheiro, olhou-se no espelho e quase não se reconheceu, lavou o rosto e antes de sair pegou um batom que estava na beira da pía e escreveu no espelho.
"Eva está morta".

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